O mundo das
sensações…
Programas inéditos que por sorte podemos assistir
gratuitamente e sem convite…
Bastou sentar-me no sofá e olhar pela vidraça…para o “céu”…onde
em certos dias podemos sentir tudo e outros existem onde não conseguimos sentir
nada!
Naquele dia, aparentemente, olhando para o nada dei
por mim a ver tudo…
Decorria, ali, na minha parte do “Céu” a meias com o “Céu”
dos meus vizinhos um espetáculo não anunciado nas agendas dos eventos
programados e questionei se já teria começado há muito…
Decidi que Isso era irrelevante e decidi desfrutar
daquilo que me parecia realmente importante…
O espetáculo!
Ali, umas Gaivotas em grupo e outras aparentemente
solitárias experimentavam voos mais ou menos arriscados e eu perguntava-me como
era possível viver “uma vida” tão restrita onde o único objetivo parece ser encontrar
comida para sobreviver e voar…
Talvez as sensações proporcionadas por aqueles voos
justificassem tudo!
Visto, assim, por mim, parecia-me um destino demasiado
“pobre” para uma gaivota, que inequivocamente demonstrava, ali, ser capaz de muito
mais!
Talvez as limitações estivessem no meu entendimento…talvez,
elas, não me permitissem entender intenções maiores…
Talvez do outro lado do vidro aquelas gaivotas (as
que me viram ali sentada no sofá) estivessem a lamentar por eu não poder voar
com elas o como elas…
Estariam elas a julgar que;
- Talvez estivesse, eu, presa numa
gaiola…
- Talvez estivesse, eu, impedida
de usar as minhas asas…
- Talvez tivesse, eu, medo de
voar…
- Talvez…tivesse, eu…
Na verdade acho que nenhuma gastou um só segundo a fazer
julgamentos sobre mim!
Acho que nenhuma se apercebeu da minha existência ali
por trás da portada de vidro porque estavam simplesmente empenhadas em realizar
as suas sonhadas acrobacias independentemente de terem ou não espetadores!
Viviam para si e divertiam-se simplesmente!
À medida que o dia se foi transformando em noite, as
Gaivotas, foram dispersando no horizonte e o “Céu” entretanto pareceu-me completamente
“despido” de vida …
Percebi, então, que aquele meu julgamento do “apenas sobrevive
e voa” ficava totalmente comprometido na eventual falta de uma asa…
Se isso acontecesse para tristeza minha e do “Céu”
nada mais seria assim!
Por tudo isto, parece-me fazer sentido incluir aqui
no meu texto parte de um texto do Autor Richard Bach…
“Uma nuvem não sabe por que se
move em tal direcção e em tal velocidade. Sente apenas um impulso que a conduz
para esta ou aquela direcção. Mas o céu sabe os motivos e os desenhos por trás
de todas as nuvens, e você também saberá, quando se erguer o suficiente para
ver além dos horizontes.“
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