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terça-feira, 5 de março de 2019

O mundo das sensações…




O mundo das sensações…



Programas inéditos que por sorte podemos assistir gratuitamente e sem convite…

Bastou sentar-me no sofá e olhar pela vidraça…para o “céu”…onde em certos dias podemos sentir tudo e outros existem onde não conseguimos sentir nada!
Naquele dia, aparentemente, olhando para o nada dei por mim a ver tudo…
Decorria, ali, na minha parte do “Céu” a meias com o “Céu” dos meus vizinhos um espetáculo não anunciado nas agendas dos eventos programados e questionei se já teria começado há muito…
Decidi que Isso era irrelevante e decidi desfrutar daquilo que me parecia realmente importante…

O espetáculo!

Ali, umas Gaivotas em grupo e outras aparentemente solitárias experimentavam voos mais ou menos arriscados e eu perguntava-me como era possível viver “uma vida” tão restrita onde o único objetivo parece ser encontrar comida para sobreviver e voar…

Talvez as sensações proporcionadas por aqueles voos justificassem tudo!

Visto, assim, por mim, parecia-me um destino demasiado “pobre” para uma gaivota, que inequivocamente demonstrava, ali, ser capaz de muito mais!

Talvez as limitações estivessem no meu entendimento…talvez, elas, não me permitissem entender intenções maiores…

Talvez do outro lado do vidro aquelas gaivotas (as que me viram ali sentada no sofá) estivessem a lamentar por eu não poder voar com elas o como elas…

Estariam elas a julgar que;

- Talvez estivesse, eu, presa numa gaiola…
- Talvez estivesse, eu, impedida de usar as minhas asas…
- Talvez tivesse, eu, medo de voar…
- Talvez…tivesse, eu…


Na verdade acho que nenhuma gastou um só segundo a fazer julgamentos sobre mim!
Acho que nenhuma se apercebeu da minha existência ali por trás da portada de vidro porque estavam simplesmente empenhadas em realizar as suas sonhadas acrobacias independentemente de terem ou não espetadores!

Viviam para si e divertiam-se simplesmente!

À medida que o dia se foi transformando em noite, as Gaivotas, foram dispersando no horizonte e o “Céu” entretanto pareceu-me completamente “despido” de vida …
Percebi, então, que aquele meu julgamento do “apenas sobrevive e voa” ficava totalmente comprometido na eventual falta de uma asa…

Se isso acontecesse para tristeza minha e do “Céu” nada mais seria assim!

Por tudo isto, parece-me fazer sentido incluir aqui no meu texto parte de um texto do Autor Richard Bach…

 Uma nuvem não sabe por que se move em tal direcção e em tal velocidade. Sente apenas um impulso que a conduz para esta ou aquela direcção. Mas o céu sabe os motivos e os desenhos por trás de todas as nuvens, e você também saberá, quando se erguer o suficiente para ver além dos horizontes.“

Texto de Alice Costa